A Nova Ordem Mundial - Debate
A NOVA ORDEM MUNDIAL - Alexandre Dugin e Olavo de Carvalho
APRESENTAÇÃO
DO DEBATE E SEUS DEBATEDORES
Giuliano
Morais e Ricardo Almeida
Organizadores
e mediadores do debate
A idéia
de promover este debate surgiu durante uma discussão sobre isso a que se tem
chamado de Nova Ordem Mundial (NOM ). O tema nos aparecia como objeto de um
interesse intelectual urgente, tendo em vista o estado de avançada aplicação
dessa ordem no mundo. E se pouco tínhamos que
discordar
quanto a existência do fenômeno, percebíamos claramente algumas divergências
entre linhas de interpretação da NOM , por parte de seus estudiosos.
Entre
essas divergências, havia uma especial. Conhecíamos o pensamento de Alexandre
Dugin e Olavo de Carvalho, julgando o trabalho de ambos de elevada importância
no panorama das idéias contemporâneas em matéria política. Parecia-nos que a
oposição entre eles como intérpretes do
mesmo
fenômeno era particularmente aguçada. Assim, surgiu a idéia de reuni-los em
debate, de modo que a própria contraposição dialética dos textos exigisse uma
formulação cristalina, de cada um deles, sobre a pergunta-eixo acerca do papel
dos EUA na NOM : quais são os fatores e atores históricos,
políticos,
ideológicos e econômicos que definem atualmente a dinâmica e a configuração do
poder no mundo e qual a posição dos Estados Unidos da América nisso que é
conhecido como Nova Ordem Mundial?
Encontrando-se
os autores em países diferentes, um nos EUA e outro na Rússia, e nós, os organizadores,
no Brasil, um debate presencial seria quase impossível, já que não dispúnhamos
dos recursos necessários para organizar esse tipo de evento. A solução
encontrada foi a realização de um
debate
online, por escrito, em que cada debatedor apresentaria sua resposta à pergunta
inicial, uma réplica, uma tréplica e uma conclusão. A solução se revelou
acertada, tendo o site1 que hospedou o debate sido acessado por 200 mil pessoas
de mais de trinta países. Depois de contatados os debatedores e acertado os
detalhes, o debate teve início no dia 4 de março de 2011 e foi encerrado no dia
31 de julho do mesmo ano, quando os autores publicaram suas conclusões.
De
início, cada um dos debatedores deveria enviar um texto introdutório com limite
de 24 mil caracteres, que seriam publicados simultaneamente. Depois se seguiria
uma rodada de respostas alternadas, iniciada com o comentário do Prof.
Alexandre Dugin ao artigo do Prof. Olavo de Carvalho. A partir daí, as réplicas
apareceriam na ordem Carvalho-Dugin-Carvalho. Nessa fase
das
réplicas não houve delimitação de espaço, mas estabeleceu-se a título de
sugestão o número de 120 mil caracteres. Finalmente, as conclusões foram
publicadas simultaneamente com 18 mil caracteres de limite-máximo. A estrutura
inicial foi mantida, com exceção dos limites de caracteres, que mais de uma vez
foram extrapolados.
Os textos
foram inicialmente publicados em inglês e logo em seguida traduzidos para o
português, graças ao notável trabalho de duas pessoas a quem somos gratos:
Alessandro Cota, quem traduziu os textos de Olavo de Carvalho, e Giuliano
Morais, responsável pela tradução das inintervenções de
Alexandre
Dugin.
Os dois
autores, como veremos, são filósofos experientes e com vasta lista de
publicações sobre o tema debatido. Por essa razão, preparamos uma breve
introdução ao pensamento de cada um dos debatedores, sem pretender, contudo,
apresentar uma visão integral e sistematizada de suas idéias, o
que não caberia nos limites dessa introdução. Os perfis sintéticos que seguem permitem apenas obter uma visão sinóptica sobre alguns aspectos relevantes para o tema em discussão.